quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Votos da Cidade da Luz de Feliz Ano Novo

Governo e filantropia - jornal A Tarde (Coluna Opinião) 28.12.2011

Filantropia é uma palavra de origem grega que significa amor à humanidade, que se funde, em verdade, como a garantia de uma ação, quando verdadeira, indispensável à seguridade social, que tem como objetivo o outro, sem qualquer interesse salvo o de gerar o bem estar social de um grupo, de uma comunidade.

Lamentavelmente, no entanto, estamos a cada dia vendo uma avalanche de burocráticos do serviço público, técnicos cheios de reuniões, de obstáculos ao exercício simples de ajudar ao próximo. O rigorismo para com as instituições filantrópicas, sem fins lucrativos, na conquita de apoio financeiro para a sua manutenção e/ou expansão é de uma apuração e má-vontade tão absurdas, que chegam à maldade. Todavaia, na contra-mão dos valores sociais de quem, de fato, faz, surgem os gastos supérfluos, fanfarrões da máquina pública, gerando acinte a quem procura acicatar as dores dos que ainda confiam em verdadeiras iniciativas cristãs, que guardam no benefício feito ao próximo a recompensa dos desgastes na lida com o poder público e seus “cuidadosos” agentes.

Claro que haverá de se ter rigidez com as prestações de contas das instituições filantrópicas, apurar os seus gastos, mas, por favor, respeitem quem procura fazer o bem sem a imagem de uma urna eleitoral na mente. Ainda há pessoas de boa-fé no mundo.

A ação de muitos políticos é tão nesfasta que chegar a gerar desconfiança e rejeição às instituições não-governamentais, contaminando-as com os seus desmandos e vícios. Todavia, frise-se, as organizações filantrópicas ainda mantêm a sua estrutura no ideal de servir, sem recompensa de qualquer natureza, principalmente financeira, porque geralmente nascidas de ideais estribados em sentimento de solidariedade, de buscar dos governos constituídos o que é de sua obrigação, pois essas instituições só surgem quando o Estado se omite, é ineficiente ou age com desleixo, geralmente.

O público já diz a que serve, não podendo, nunca, ser confundido com o privado, mas bem aplicado ao bem de todos.

José Medrado
Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O Natal de sempre - jornal A Tarde (Coluna Religião)

O 25 de dezembro tem vários sentidos históricos, muitos afirmam que era uma data "pagã, podendo ser de origem solar... A Saturnal dos Romanos a precedia" (Nelson's Encyclopedia); ou ainda a data "da antiga festa Romana em homenagem ao Sol" (celebrando o nascimento do deus-Sol), segundo a American Encyclopedia; "A Saturnal era uma festa de prazeres desenfreados... A data do Natal foi fixada na mesma época" (M de Beugnot - História, Vol 2, pág 265); "A Igreja... voltando ao paganismo... precisava ter suas festas, e acabou por dar nomes cristãos às festas pagãs já existentes... identificando o Natal à pior das festas pagãs... fixaram para aquela data o nascimento de Cristo. (Aquela data) representava um dos piores princípios do paganismo -- o poder reprodutivo da natureza... A Igreja criou as festas chamadas cristãs, para substituir as pagãs... paganizando o Cristianismo... a fim de manter satisfeitas as mentes carnais do povo" (J. N. Darby - Col. Writtings, Vol. 29); Agostinho registrou que o povo estava tão determinado a ter festas que o clero se sujeitou a isso!

Já nos dias de hoje que antecedem o Natal, ouvimos os mais variados conceitos, comentários a respeito da data. Alguns dirão que foi descaracterizado por uma invasão comercial, que só busca dar sentido capitalista, da gastança no que seria uma festa de confraternização, de solidariedade; outros dirão que não existe mais sentido para comemoração alguma, pois as famílias estão desagregadas, desconfiguradas; ainda há os que afirmam que virou uma data de celebração da hipocrisia, uma vez que muitos participam dos tais amigos secretos, mas que, em verdade, não guardam amizade alguma ao tal sorteado, muitas vezes até inimigos ocultos. E por aí vai. Realmente, todas essas considerações têm a sua extensão de verdade, mas será que, ainda assim, não vale a pena ter uma data onde, pelo menos, no ano, ficamos mais tocados para sermos sensíveis, mais caridosos?

Já em 1901, o escritor Machado de Assis, ao publicar o seu livro Poesias Completas, registrava a sua indignação com os rumos que tomavam as festa natalinas. Em o seu poema Soneto de Natal ele pergunta: Mudou o Natal, ou mudei eu?

A verdade, então, é que precisamos compreender que é da natureza social humana, com o passar do tempo, estar sempre em processo de mudança, de acordo com os novos valores de sua época, novos costumes são agregados... É a dinâmica da própria vida, e neste processo estaremos sempre perdendo e ganhando valores de comportamento, onde também estaremos sempre registrando que antigamente... no meu tempo... Ora, assim é e continuará sendo. Caberá, no entanto, a cada um de nós não deixar escapar por entre as lidas atuais os princípios de valor que julgamos essenciais ao nosso bem estar emocional.

Continua, entendo, valendo a pena desejar Feliz Natal!

José Medrado é médium, presidente e fundador da Cidade da Luz

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Política do acinte - jornal A Tarde (Coluna Opinião)

Uma amiga setuagenária, recentemente, em conversa, me disse que houve um tempo em que um político, deputado, senador era personalidade que se impunha pelo respeito, havia um certo ar de destaque, quando era anunciado. Custei a acreditar, mas ela garantiu que viveu esta época. Em verdade, no entanto, o que se estabeleceu nos dias atuais é uma conotação quase que pejorativa, em função do destroçamento ético que a maioria dos exercentes de cargos eletivos se lançam.

É duro conceber, mas, em verdade, as nossas “autoridades” se revestem da ética e da moral que espelham a sociedade em que vivemos e nela se refletem. Muitos desses senhores se veem, de fato, os tais, inacessíveis, indisponíveis; servidores do povo, agem como nobres em uma monarquia.

A desfaçatez se estabeleceu de forma tão acintosa, que o presidente da Comissão de Educação da Câmara Federal é o deputado Tiririca, que quase não assumiu o mandato pela possibilidade de ser analfabeto. É fato que o seu mandato é legítimo, mas, permita-me, não o sinto representativo, pois a sua campanha foi toda calçada no deboche, na falta de compromisso com a seriedade que deveria revestir um cargo de compromisso com o povo, mas foi este povo que o deu mais de um milhão de votos. O que queixar, então? Pois é, em sessão que presidiu, leu em público: “Ignácio Kornowski, coordenador da área técnica de desenvolvimento da cultura da Confederação Nacional dos Municípios”, balbuciou Tiririca, que aproveitou para fazer graça com o sobrenome do convidado. “Kornowski, Kornowski”, repetiu, entre risos, brincando com a pronúncia abrasileirada “cornóvisque”.

Também, o que se poderia esperar em um país onde o jogador Ronaldinho Gaúcho recebe a medalha Machado de Assis, máxima honraria da Academia Brasileira de Letras, e coroa o acontecimento, após dizer que não tinha um livro preferido, com a insinuação de que pediria aos imortais dicas de leitura. Certamente iriam recomendar o livro do acadêmico José Sarney.

“Brasil, mostra a tua cara. Quero ver quem paga pra gente ficar assim. Brasil, qual é o teu negócio?”.

José Medrado
Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Noite da Gratidão - jornal A Tarde (Coluna Religião)

Na próxima terça-feira, 13 de dezembro, a Cidade da Luz estará realizando a sua tradicional Noite da Gratidão, momento em que o venerando espírito Bezerra de Menezes vem trazer a sua mensagem de Fim de Ano para um público de cerca de três mil pessoas que, em total silêncio, quase que comprimido por falta de maior espaço, se maravilha, emociona-se e participa de um momento de rara beleza e elevada espiritualidade. Nesses momentos de grande enlevo e vibração ímpar, pessoalmente renovo as minhas esperanças na capacidade humana de dar uma parada nas suas conturbações interiores, algumas de gênese externa, a fim de se conectar com os planos mais sutis da vida, em reafirmação de fé, de esperança e também de afirmação de que, a despeito do que se vê ultimamente no mundo, ainda se pode estar em paz, em conexão com o Bem, com o Amor, com a Caridade, em uma espécie de oásis, onde o entorno pode estar em grande desencontro, mas as nossas almas estarão ali para o exercício bendito da gratidão.

Esse espírito que nos acompanha ostensivamente desde 1985, um ano após o generoso Chico nos ter dito que ele estaria nos preparando para uma tarefa, evidencia-se pelo seu caráter, ao lado da grande humildade, altamente independente, não se deixando “escravizar” a médiuns, mas exercendo o seu sentimento de genuína caridade.

Lembro-me que, em 1986, quando começou a atender, no hoje núcleo da Cidade da Luz, no bairro do Uruguai, alguém disse não ser possível Dr. Bezerra estar atendendo ali, nas palafitas – naquela época ainda existiam – o que ele retrucou ser exatamente nesses lugares que queria estar.

Outro fato que até hoje me emociona a alma, na constatação de sempre da grandeza desse espírito, foi o ocorrido em uma reunião mediúnica pública, em um Centro aqui de Salvador, quando a fila para o passe era enorme diante de um médium que recebia um “alemão”, e eu percebia que uma senhora negra, de roupa bem simples, sandália rasteira, moradora daquela comunidade, estava apta para dar o passe e ninguém se acercava dela. Eu, sensibilizado pela falta de pessoas diante da mesma, saí da mesa e fui tomar o passe, como que para dar uma espécie de apoio, e qual não foi a minha surpresa, lá estava o Dr. Bezerra envolvendo aquela velha senhora em amoráveis energias de amor. Ao percebê-lo, ele fez o sinal de silêncio, dizendo que ela poderia se desconcentrar se soubesse ser ele o espírito. Ao término do trabalho, não me contive e perguntei a ela quem era o espírito que a envolvia, ela simples e despretensiosa, afirmou: “Não sei, mas o chamo de Pai Joaquim, por que, Medrado, não é? – É, sim, concordei. O que importava a identidade, se o trabalho estava sendo primoroso?

Esse é o Dr. Bezerra, benfeitor dos disponíveis, que não é jogador de futebol que tem o passe preso a este ou aquele clube, aquele médium, mas o compromisso sempre com o próximo, com a caridade.

Aguardaremos, portanto, este coração-usina de amor com muita gratidão, no dia 13.

José Medrado é médium, presidente e fundador da Cidade da Luz

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Meus conflitos democráticos

A construção da democracia brasileira, inegavelmente, é algo muito difícil, que se encontra em processo, pois, não havendo um modelo ajustado aos padrões da nossa sociedade, ela vai se auto-produzindo ao longo de sua caminhada, em decorrência das demandas do povo em busca de valores de igualdade, em toda a verticalidade de sua representação, para assim se fazer o seu fortalecimento. No seio de nossa sociedade, ainda claudica o respeito ao direito do contraditório de qualquer natureza, e aí nos deparamos com o choque de interesses individuais. É preciso, ainda que contrariados pontualmente, gerar um processo firme de politização das pessoas, incitado-as a deixar o vício da cidadania passiva e cordata, do individualismo de conveniência de todas as vertentes, para se tornarem pensadores e ativistas de conquista de valores coletivos, mesmo que contrários aos seus interesses imediatos.

Procurei estabelecer esta reflexão racional logo que vi a notícia da decisão unânime, do Supremo Tribunal Federal, que liberou a realização dos eventos chamados “marcha da maconha”, que reúnem manifestantes favoráveis à descriminalização da droga. Para os ministros, os direitos constitucionais de reunião e de livre expressão do pensamento garantem a realização dessas marchas. Muitos ressaltaram que a liberdade de expressão e de manifestação somente pode ser proibida quando for dirigida a incitar ou provocar ações ilegais e iminentes.

Explicito aqui que, pessoalmente, sou contra a este resultado, pois entendo que portas se escancaram para que a sociedade prossiga em seu frenesi, cada vez maior, de busca de entorpecimentos e estímulos que, não raros, desembocam no aumento de estatísticas de violência, mortes e maior insegurança social. Mesmo contrariado em algum interesse aqui e ali desconsiderado, precisamos aprender a conviver com o pluralismo das ideias. Preciso defender o direito dos contrários ao meu entendimento, para que, no meu momento, estes direitos também sejam respeitados; que eu convença com as minhas ideias, jamais impeça a manifestação das dos outros.

José Medrado
Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Consciência negra, e aí? - jornal A Tarde (Coluna Religião)


No último dia 20 de novembro foi comemorado, oficialmente, pela primeira vez, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Até o início da década de 1970, a principal comemoração relativa ao fim da escravidão no Brasil era o 13 de Maio - data em que a Princesa Isabel assinou a chamada Lei Áurea, extinguindo oficialmente a escravidão. Em 1971, porém, em plena ditadura militar, um grupo de militantes negros do Rio Grande do Sul decidiu que a melhor data seria a da possível morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Zumbi morreu em combate, após comandar durante mais de uma década um movimento de resistência contra a escravidão. Chegou a reunir milhares de rebeldes no Quilombo dos Palmares, em Alagoas.

Cabe, portanto, a cada um de nós um processo de reflexão verdadeira acerca da nossa pessoal contribuição contra toda forma de discriminação racial, eivada, muitas vezes, por uma demagogia retórica que só serve para fazer coro com os politicamente corretos. Vamos lá à prática: Questione-se, por exemplo, você espírita, se em “seu” centro um escravo, preto velho ou que nome você quisesse dar a algum espírito que chegasse assim se identificando, querendo uma oportunidade de passar a sua sabedoria, qual seria a sua posição, atitude? Ou ainda precisa ser um espírito que embole a língua para insinuar, mistificar que é alemão ou algum outro “europeu”? Qual seria a sua reação se seu filho ou filha chegasse com um namorado(a) negro(a)? O contrário também caberia aqui, a fim de que não tenhamos a discriminação às avessas.

“Precisamos antecipar uma época em que as diferenças se estabeleçam somente pelas ações, sem qualquer consideração discriminatória de que origem for. Seja o mérito do fazer que gere o respeito, o destaque, a consideração”.

Vemos por aí que a ignorância grassa sob muitos aspectos, em total desconhecimento do valor humano, pelo humano, sem rótulo algum.

Apenas como realce do mérito foram e são negros: Garrett Morgan inventor do semáforo; Mark Dean - Ph.D. da Stanford University, projetor do computador pessoal; Patricia E. Bath - inventora da técnica da cirurgia de olho a laser; Frederick Jones inventor do ar-condicionado; Lee Burridge - inventor da máquina de escrever; Charles Drew - na década de 30, criador da técnica de armazenagem de sangue em bancos; William Hinton - inventor do teste para detectar a sífilis; Henry T. Sampson - inventor do telefone celular em 1971; J. Standard - inventor do refrigerador em 1891; Richard Spikes- inventor da mudança automática de marchas; Ernest E. Just - estudou a fertilização e a estrutura celular do ovo, dando ao mundo a primeira visão da arquitetura humana ao explicar como trabalham as células; Mark Dean -inventor do moderno computador; Lewis Howard Latimer -inventor do filamento de dentro da lâmpada elétrica; Daniel Hale Williams - executor da primeira cirurgia aberta de coração; Lloyd Quarteman - Físico, na equipe científica desenvolveu o primeiro reator nuclear na década de 1930. Pois é...

domingo, 20 de novembro de 2011

‎20.11 Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra

Zumbi é um dos mentores da Cidade da Luz, que desde o início do Centro sempre fora um dos guardiães da Casa, é dele a consideração: "Precisamos antecipar uma época em que as diferenças se estabeleçam somente pelas ações, sem qualquer consideração discriminatória de que origem for. Seja o mérito do fazer que gere o respeito, o destaque, o reconhecimento.". Cabe, portanto, a cada um de nós um processo de reflexão verdadeira acerca da nossa pessoal contribuição contra toda forma de discriminação racial, eivada, muitas vezes, por uma demagogia retórica que só serve para fazer coro com os " politicamente corretos".

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Por fim, uma reação - jornal A Tarde (Coluna Opinião)

Geralmente, caro leitor, escrevo sobre religião em coluna própria, no Caderno Populares aqui de A TARDE, mas não me contive, nesta oportunidade, após ler aqui mesmo, no último domingo, matéria sobre intolerância religiosa denunciada por um juiz de Sergipe. Chamou-me atenção porque foi uma reação de um magistrado espírita, frente a agressões perpetradas por um pároco católico que agride espíritas que frequentam a “sua” igreja.

Infelizmente, e me ressinto disto, o movimento espírita sempre foi muito omisso diante de ações cidadãs, que deveriam vislumbrar interesses coletivos, independentemente de questões religiosas ou mesmo a elas relacionadas. Nunca houve, que triste, uma palavra de repúdio à ditadura militar, muito menos uma ação concreta que evidenciasse algum rechaço àqueles que perseguiram, mataram tantos por uma ideologia falaciosa. Os líderes espíritas de então se encastelaram em seus medos, conveniências ou não sei o quê, mas não nos deram exemplos como os de D. Hélder Câmara , D. Pedro Casaldáliga e D. Evaristos Arns.

Documentos guardados há décadas em Genebra obtidos pelo Estado brasileiro revelam como o cardeal D. Paulo Evaristo Arns, por exemplo, liderou um lobby internacional, coletou fundos de forma sigilosa e manteve encontros com líderes no exterior para alertar sobre as violações aos direitos humanos no Brasil. Orgulho para todos os brasileiros. Não me ocorre, infelizmente, reação alguma contra qualquer ação de interesse cidadão por parte das organizações ditas como oficiais do espiritismo no Brasil.

Nunca, por outro lado, também, uma palavra contra as perseguições encetadas às religiões de matriz africana. Muito pelo contrário, muitas vezes se aderia aos preconceitos e impediam entidades que transitavam nessa área frequentassem as fileiras espíritas. Assim, quando vi essa reação, exultei. Por fim, começam os espíritas a terem uma visão cidadã, fora da acomodada omissão de não se indispor com nada. Esse nunca foi, nem será o meu entendimento, pois não concebo valores cristãos sem passarem pelo direito cidadão de ser.

José Medrado
Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Reavaliação de conceitos jornal A Tarde (Coluna Religião)

Estamos vivendo um momento de reavaliação de conceitos e posições. A tão decantada globalização está aí, impondo-nos modernização de acesso a informações, fazendo com que a notícia se torne conhecida no seu exato acontecido.

As pessoas estão mais bem informadas e com o seu valor de crítica assumido, de forma tal que, sem sombra de dúvidas, mais do que nunca o Espiritismo se torna atual em sua proposição de ser uma fé de razão, raciocinada.

Não mais se aceitam, incontinente, as ditas “verdades” expostas por líderes, dirigentes e médiuns sem serem passadas pelo crivo do discernimento racional.

Tenho, por força do meu estilo pessoal de divulgar a doutrina espírita, permitam-me o exemplo, ouvido depoimentos dos mais variados sobre condutas e pontos doutrinários que o público em geral não mais aceita, pois lastreados em fantasias santarronas, em santificação de aparência...

O processo discursivo pragmático do homem do século XXI tem situado o mundo em revisão contextual em todos os níveis da ação social: conservadorismo de conceitos, sem respaldo nas obras de Kardec, mas nascido da velha e carcomida confusão que se faz entre moral e cultural; posições sectárias, que em nome do Cristianismo, ou da tal pureza doutrinária, segregam, discriminam; a presunção de se achar detentor de infalibilidade mediúnica... estão sendo expostas como pontos absurdos, que já começam a ser rechaçados com vigor, ainda que não explicitados aos seus praticantes.

Assim, cuidado, espíritas, não caiamos na vala comum das religiões dogmatizantes, que são desacreditadas e abandonadas pelos seus fiéis, por força do absurdo de suas esdrúxulas pregações.

Não venha ninguém, no entanto, dizer que não se preocupa com quantidade nas hostes espíritas, e sim qualidade. Absurdo! Em se tratando de uma religião que tem a proposta de consolar, como vamos ficar nas catacumbas de nossos preconceitos e pregações empoeiradas, se o mundo aí fora precisa entender a razão da dor, o motivo do sofrimento, o que somos em essência... Como ficarmos de braços cruzados em nossas Casas, quando tantos precisam de amparo? Ademais, seria ou não egoísmo: eu tenho a consolação, o esclarecimento e dar com os ombros quanto aos demais!?

Conheçamos, assim, as obras básicas da doutrina espirita, para não ficarmos dizendo bobagens do tipo: não se pode usar música no Centro, não se pode rir... Continuo pedindo que alguém me informe onde Kardec ou os espíritos da codificação proíbem tais práticas.

Necessário se faz que não venhamos a agir como algumas correntes evangélicas que simplesmente dizem que a Bíblia proíbe o Espiritismo e os seus fiéis creem sem questionar, simplesmente porque ouviram do pastor. É claro que a Bíblia jamais proibiu o Espiritismo, sobretudo porque a própria palavra é um neologismo criado por volta de 1857.

Opiniões de espíritos, através de médiuns de todos os tempos sempre serão pessoais, importantes, mas se avaliadas e aprovadas pela sensatez, pela razão. Isso porque só as obras de Kardec são e sempre serão as diretivas do nosso agir espírita.

José Medrado / médium, fundador e presidente da Cidade da Luz

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Educação Municipal - jornal A Tarde (Coluna Opinião)

A revista Veja desta semana traz uma extensa matéria sobre as melhores e piores cidades do País em situações várias. Chamou-me, no entanto, a atenção o item relacionado ao ensino básico. Infelizmente, duas das nossas Cidades estão entre as cinco piores do Brasil: Vitória da Conquista, em primeiro lugar e Feira de Santana no quarto.

É sabido que o Brasil ainda tem 14,1 milhões de analfabetos entre a população com mais de 15 anos, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Esse total de pessoas representa 9,7% da população. Desde 2004, quando o levantamento começou a ser realizado, a queda foi de apenas 1,8 ponto percentual.

Ouvimos que a educação é a solução para todos os problemas de um povo, o que é verdade. No entanto, a mobilização ainda é pífia diante da necessidade.

Conheço bem o processo, pois a Cidade da Luz tem uma escola, a Carlos Murion, onde, em parceria com a prefeitura, atendemos a cerca de 400 alunos. A prefeitura oferece os professores e tudo que municia a sua rede, mas fazemos questão de que a escola seja vista como da Cidade da Luz, pois em todas as salas colocamos aparelhos de ar-condicionado, incrementamos, quando necessário, o lanche, sem falar que oferecemos toda uma estrutura de apoio aos alunos e seus pais com as nossas ações sociais, desde médicos, dentistas, até apoio psicológico. O resultado é uma busca grande da comunidade para que seus filhos estudem nessa escola. Deduz-se, então, que, quando se oferece ensino de qualidade integral, a população corresponde.

Até o momento, temos tido uma boa parceria, ainda que ajustes sempre precisam ser feitos, aqui e ali, para não se descaracterizar um ideal institucional. Tenho sabido que, até o presente momento, o atual Secretário João Bacelar tem tido uma grande sensibilidade para com essas escolas que fazem parte da rede, mas não são necessariamente municipais, ainda que todo o seu corpo pessoal o seja, e pelo município é administrado, como é o caso da Carlos Murion. É uma atitude de comprometimento, pois, se o município que deveria ter musculatura funcional para uma educação integral, e não o tem, que se apóie francamente quem tenha.

José Medrado
Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Presunção espírita - jornal A Tarde (Coluna Religião)

Em 1938, quando foi lançada a primeira edição de Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho de autoria espiritual de Humberto de Campos pelas mãos de Chico Xavier, seguramente, o espírito otimizado por um país que estava até então neutro da Grande Guerra que ocorria na Europa, onde os seus valores eram de paz, ainda que de interesse político enviesado, mas, de qualquer forma, estava equidistante. Assim, natural que se visse a estrutura do povo brasileiro de então como de grande referência civilizatória. Todavia, não se pode esperar profecias de um espírito, principalmente quando se tem em conta o ser humano, com seu livre arbítrio e ações deliberadas, consequentemente, pela sua vontade. O sonho desvaneceu, talvez um ideário que esfumaçou por força dos “continuadores” da tarefa, em sua maioria.


Vê-se que a análise sem pieguismo ou fanatismo das questões que hoje envolvem o fanal espírita esta muito afastada de qualquer tipo de união, de congregação em torno de princípios ou mesmo de ação comum. Os princípios espíritas se mantêm e mais falados, buscados são, no entanto a vida do tal “movimento espírita” está em uma UTI, que penso em fase falencial irremediável.

O movimento espírita se tornou em o movimento das Casas espíritas, onde as pretensas instituições que se apresentavam como coordenadoras de iniciativas se tornaram em grandes ou pequenos feudos de poder permanente, sem qualquer sentido democrático, mas de grande conteúdo, e somente, de presunção de verdade, em ditados cada vez mais autocrático e sem a participação de quem, de fato, faz, na prática, junto ao povo, um trabalho de disseminação do conteúdo doutrinário do Espiritismo. Os que conseguem fazer o fazem com denodo, coragem, arrojo, sofrendo, muitas vezes, o envio dos petardos do ciúme, do incômodo por parte dos que nada ou pouco fazem,mas se arvoram como donos, manejadores do que não pertence a ninguém, mas é de domínio de todos: o Espiritismo.

Vemos que o contraditório é relegado ao carimbo de obsessão; alguns querem ser os oráculos com os seus espíritos de verdades que não estão sob o domínio de pessoa alguma, mas no âmbito das ideias dos que professam o pensamento espírita e o torna fonte de debate, de crescimento filosófico e do próprio pensar a vida, o mundo, a sociedade e as demandas contempor

Pobres presunçosos, que se julgam casta sacerdotal superior, oráculos do saber, abelhas rainhas da incúria, estão se deixando perder simplesmente porque não se encontraram em suas paixões e ilusões.

O espiritualismo grassa por toda parte, venho constatando isto em países como a Suíça, Inglaterra, Escócia, Dinamarca, Finlândia e Suécia de onde acabei de retornar atendendo a convites de instituições ligadas a princípios espirituais, que mesmo sendo organizações distintas, guardam entre si o princípio da cooperação e do respeito em suas ações mútuas. O coração do mundo estará cardiopata?

José Medrado / médium, fundador e presidente da Cidade da Luz

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Eu e A TARDE - jornal A Tarde (Coluna Opinião)

Tenho acompanhado as congratulações que merecidamente A TARDE tem recebido pela sua arrancada em direção ao seu centenário. Leitores fiéis a histórias de combatividade e democracia, expressão lídima de um veículo comprometido com o seu tempo e sociedade.

Conhecia A TARDE, além de sua publicação, por alguns de seus servidores: Cruz Rios, de quem primei a amizade, indo quase que semanalmente à sua casa ouvir enlevado a sua ilustração e saber da história da Bahia. Era uma delícia regada às torradas que D. Regina, sua esposa, fazia com queijo ralado para acompanhar a sopa, sempre quente, que tomávamos ao entardecer. Ofereceu-me para escrever na Coluna Religião para que eu expusesse as minhas ideias sobre a “evolução das religiões e suas nuances”; guardo até hoje a sua proposta. O seu amor ao jornal e ao seu fundador era sensibilizador.

Conheço Silvio, prof. Edvaldo, cavalheiros; Renato, um gentleman, e a sua esposa Paula de uma discrição que chega à nobreza, preocupados e entusiastas verdadeira e espontaneamente por causas sociais.

Sei, também, claro, que este jornal não se faz apenas pelo seus gestores, mas, talvez, permissa vênia, principalmente, pelos seus servidores, que tenho sempre visto como arautos do orgulho pela casa onde trabalham. Vejo este brilho em Sonia Araujo, Valmir Palma e Jary Cardoso; este último, não o conheço pessoalmente, mas gestou, seguramente, e fez o convite para que também escrevesse na Coluna Opinião. Cito esses como referências de contatos pessoais, mas aqui e ali quando sou entrevistado para algum artigo é perceptível a satisfação com que o jornalista, reporter, fotógrafo se apresentam como de A TARDE.

Agora, como articulista, não posso deixar de aqui registrar o caráter absolutamente democrático deste jornal que nunca, realmente nunca, de forma direta ou indireta a mim fez insinuações ou pedidos para abordar ou deixar de abordar o que fosse, muito menos mexer em conteúdo. E olhe que aqui e ali desagrado muito. Isto é a prática da teoria. Parabéns A TARDE.

José Medrado
Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz

domingo, 16 de outubro de 2011

Trabalho doutrinário no Reino Unido - setembro 2011

INGLATERRA - Arthur Findlay College







ESCÓCIA - Aberdeen

Nas duas fotos , vê-se Scott Milligan, jovem médium inglês, segurando um vaso de flores e junto à uma tela psicopictografada por Medrado. Scott, que foi a Kingswells House exclusivamente para assisrir à pintura, arrumou alguns vasos de flores para ornamentar a sala onde iria ocorrer a apresentação. Enquanto arrumava os vasos, o jovem médium disse ter pensado, e enviou para o Universo, que um daqueles vasos poderia ser motivo de inspiração de algum dos pintores. Não comentou com pessoa alguma, exceto com um amigo a quem telefonou falando do que havia pedido mentalmente. E, quando o quadro foi pintado, ele exultante, relatou a todos o que havia acontecido. A primeira tela da tarde foi de Renoir, retratando um vaso de flores semelhante ao do ambiente, impressionando vivamente toda a plateia!!!

Trabalho doutrinário na Suíça setembro / outubro 2011










Trabalho doutrinário na Escandinávia - setembro/outubro 2011

FINLÂNDIA












































Medrado e Anuirmelli Sallamo-Lavi. Tela pintada por Toulouse Lautrec em sua intenção, uma solicitação que fez secretamente ao plano espiritual, por ser o artista que mais admira. Através de Medrado, soube, posteriormente, que ele a atendeu, retratando uma figura triste e apreensiva, compatível com o momento que vivencia após a morte recente do marido. Muita emoção sentiu Anuirmeli



SUÉCIA
Medrado entre Irene Nadén (E) e Helvi Backa, presidente da SSA - Stockholms Spiritualistiska Förening; ao lado de Irene, Vanja Hiltunen, intérprete finlandesa






Medrado com Vanja Hiltunen, intérprete finlandesa e sua tela

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Comemoração do Dia das Crianças na Cidade da Luz

O Projeto Viver Pituaçu na Cidade da Luz, que visa à integração do bairro com a Instituição, promoveu uma grande comemoração do Dia das Crianças, reunindo cerca de 400 pessoas da comunidade de Pituaçu, crianças do Abrigo Lar Luz do Amanhã, da evangelização infanto-juvenil, assistidos da Sopa Fraterna Chico Xavier, alunos da Escola Carlos Murion, integrante do Complexo Cidade da Luz, familiares, amigos e professores.

A meninada se divertiu a valer!!! O ponto alto da festa foi o Concurso “Meu filho é um show de talento”, que contou com 93 inscritos. O objetivo da promoção foi incentivar o talento artístico dos filhos de moradores da comunidade.

Durante o evento, foram escolhidos os finalistas nas categorias Música, Dança e Variedades. A segunda etapa, que será dia 06 de novembro (domingo), às 10 horas, apontará os três vencedores em cada categoria, que receberão da Cidade da Luz uma caderneta de poupança no valor de cem reais.

Abaixo, algumas fotos da nossa festa. Veja como as meninada se divertiu.