José Medrado
Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz
Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz
Wagner,
Wagner...
Epimeteu tinha em seu poder uma caixa que continha todos os males, que lhe fora dada pelos deuses. Avisou a mulher que não a abrisse. Pandora, vencida pela curiosidade, abriu, liberando todos os males lá contidos. Fechou rapidamente, mas era tarde, pois somente ficou um único bem: a esperança. Nietzsche, no entanto, em Humano, demasiado humano, considera a esperança como o pior dos males, pois prolonga o suplício dos homens. Dessa forma de contexto, a assinatura da construção da Linha 2 do tal sabido metrô de Salvador se torna uma esperança, com pintura forte de descrédito da possibilidade de uma viabilialização efetivamente rápida, por conta do velho saber do gato escaldado.
Passo, diariamente, pela frente da tal estação Brotas e a reação que compele a minha indignação é do questionamento de quem está pagando pelo absurdo de obras que se arrastam por 13 anos, sem que não tenhamos informação alguma de apenamento de responsáveis por aquele monumento à incúria e ao avanço ao dinheiro público!
O governador, com pompa e circusntância, trouxe a presidente para a assinatura, autorizando obras para a nova etapa, mas a antiga ainda está aí em um imbróglio infame. Wagne, Wagner, vejá lá, que esperança é essa que você está nos trazendo, a de Nietzsche ou a de Aristóteles quando diz que ela é o sonho do homem acordado?
A recorrente notícia de assaltos ao dinheiro público tem desenvolvido em muitos dos brasileiros uma infeliz banalização do errado, como se no código de consulta das ações governamentais, em seu sentido geral, amplo, estivesse grafado que os desvios são aceitáveis, já que acontecem de ordinário. Não podemos, de forma alguma, nos deixar cair nesta teia do é "assim mesmo", apascentados pela avalanche de notícias neste sentido que nos assoberbam, sufocando ações concretas de cidadania.
Por isso tudo, clamo: Wagner, Wagner, veja lá o que você está fazendo, pois neste momento penso, como Voltaire, que a esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo.
J. MEDRADO ESCREVE NA QUARTA-FEIRA, QUINZENALMENTE
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