quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Reavaliação de conceitos jornal A Tarde (Coluna Religião)

Estamos vivendo um momento de reavaliação de conceitos e posições. A tão decantada globalização está aí, impondo-nos modernização de acesso a informações, fazendo com que a notícia se torne conhecida no seu exato acontecido.

As pessoas estão mais bem informadas e com o seu valor de crítica assumido, de forma tal que, sem sombra de dúvidas, mais do que nunca o Espiritismo se torna atual em sua proposição de ser uma fé de razão, raciocinada.

Não mais se aceitam, incontinente, as ditas “verdades” expostas por líderes, dirigentes e médiuns sem serem passadas pelo crivo do discernimento racional.

Tenho, por força do meu estilo pessoal de divulgar a doutrina espírita, permitam-me o exemplo, ouvido depoimentos dos mais variados sobre condutas e pontos doutrinários que o público em geral não mais aceita, pois lastreados em fantasias santarronas, em santificação de aparência...

O processo discursivo pragmático do homem do século XXI tem situado o mundo em revisão contextual em todos os níveis da ação social: conservadorismo de conceitos, sem respaldo nas obras de Kardec, mas nascido da velha e carcomida confusão que se faz entre moral e cultural; posições sectárias, que em nome do Cristianismo, ou da tal pureza doutrinária, segregam, discriminam; a presunção de se achar detentor de infalibilidade mediúnica... estão sendo expostas como pontos absurdos, que já começam a ser rechaçados com vigor, ainda que não explicitados aos seus praticantes.

Assim, cuidado, espíritas, não caiamos na vala comum das religiões dogmatizantes, que são desacreditadas e abandonadas pelos seus fiéis, por força do absurdo de suas esdrúxulas pregações.

Não venha ninguém, no entanto, dizer que não se preocupa com quantidade nas hostes espíritas, e sim qualidade. Absurdo! Em se tratando de uma religião que tem a proposta de consolar, como vamos ficar nas catacumbas de nossos preconceitos e pregações empoeiradas, se o mundo aí fora precisa entender a razão da dor, o motivo do sofrimento, o que somos em essência... Como ficarmos de braços cruzados em nossas Casas, quando tantos precisam de amparo? Ademais, seria ou não egoísmo: eu tenho a consolação, o esclarecimento e dar com os ombros quanto aos demais!?

Conheçamos, assim, as obras básicas da doutrina espirita, para não ficarmos dizendo bobagens do tipo: não se pode usar música no Centro, não se pode rir... Continuo pedindo que alguém me informe onde Kardec ou os espíritos da codificação proíbem tais práticas.

Necessário se faz que não venhamos a agir como algumas correntes evangélicas que simplesmente dizem que a Bíblia proíbe o Espiritismo e os seus fiéis creem sem questionar, simplesmente porque ouviram do pastor. É claro que a Bíblia jamais proibiu o Espiritismo, sobretudo porque a própria palavra é um neologismo criado por volta de 1857.

Opiniões de espíritos, através de médiuns de todos os tempos sempre serão pessoais, importantes, mas se avaliadas e aprovadas pela sensatez, pela razão. Isso porque só as obras de Kardec são e sempre serão as diretivas do nosso agir espírita.

José Medrado / médium, fundador e presidente da Cidade da Luz

2 comentários:

Linda Maria disse...

medrado, sem ser ousada demais, mas já o sendo, pelas nossas coincidentes concepções, eu me nomino Medrado de saias!!!
Ah! Como aprendo com vc!
Este artigo, concordo em genero, nº e grau.
Ah! No dia 31/10 fiz uma palestra no CEAM, aqui em Piratininga, ousando imitar vc! Até a música eu coloquei e, chorei de emoção, tanta Luz irradiou-se no ambiente! As flores não foram rosas (muito caras, para nós, ainda) Mas, galhinhos de minúsculas margaridas brancas simbolizaram a simplicidade de que deve se revestir o espiritismo!
Gratidão infinita!

NEIDE PS disse...

A verdade Medrado, é que pedimos mudanças, não na doutrina espírita, e sim nas pessoas que se apoderaram dela. Tal qual se apodera de um tesouro extremamente valioso e começa a selecionar quem vai participar da partilha.
Uma coisa é fato... A doutrina espírita nos “obriga” a estudar, pesquisar, analisar tudo e todos, nos pede disciplina, e ainda descobrimos ser responsáveis pela nossa situação atual, seja boa ou ruim. Como alcançar e fazer entender uma multidão tão “carente de tudo? De valores, de conhecimento. Não só estas características, entre outras, faz da doutrina espírita, uma “doutrina seletiva” não por si só, mas pelos que dela se apropriam ou se apropriaram. Medrado, vamos andar em círculos e chegar ao mesmo lugar, minha opinião ainda é “Que desçam de seus pedestais os espíritas dirigentes, pregadores, missionários, expositores ou sei lá o que... E comecem a catequizar, mas sem condenar ninguém a “fogueira”, invente outra coisa, pois a “inquisição” tá fora de moda. Fale a língua do povo, porque se falarem a língua dos anjos, mesmo com amor... Não vai dá certo. Porque a língua dos anjos... Só pode ser entendida... Por anjos!
As pessoas estão mais informadas, verdade, mas quando o assunto é religião, parece que o cérebro “encolhe”. Acredite!...No que eu falo, melhor escrevo. E todo este conhecimento vem desacompanhado de valores. Deste jeito vamos ser logo exilados pra um planeta pioooorrr, também...! Vamos ter que arrastar aquelas pedras gigantescas bem pesadas, pra construir sei lá o que. Já vou avisando que não aguento isso não. Eu não vou!


"Cada ser humano é único; é uma palavra de Deus que não mais se repete."
Karl Adam

Medrado, quando assisto as suas palestras, leio suas opiniões, penso eu...
"Medrado é a prova viva é a cores disso!"

Beijos no coração!

NEIDE PS