A revista The Economist divulgou, no final do ano passado, o Índice de Democracia, apontando que o Brasil possui um ótimo desempenho no que diz respeito ao processo eleitoral e pluralismo (9,58 sobre 10) e em termos de liberdades civis (9,12). No quesito funcionamento do governo, a avaliação cai para 7,50. Ainda mais problemática é a situação da participação política (5,00) e da cultura política (4,38) no País.
O que, no entanto, entristece é o baixíssimo nível de cultura política; a insatisfação da população nas instituições que deveriam ser representativas da sociedade são relegadas à indiferença quase absoluta, pois o povo se “cansou de tentar”. Surge, então, aí o chamado tiro no pé, pois se, efetivamente, queremos eco das nossas buscas e reivindicações não poderíamos largar nas mãos dos pretensos donos do poder as nossas aspirações, a fim de que eles não as sufocassem. O descompromisso do povo brasileiro com o que é público estimula o desatrelamento das ideologias ao bem comum, estipulando, assim, a firmação de ditaduras de segmentos ou mesmo de partidos. O povo precisa desenvolver o ímpeto de se apropriar do que de fato é seu, em uma revolução de conceitos e atitudes que levaria a uma apropriação real da sociedade aos seus valores de cidadania.
Vemos, por todos os lados, os direitos sendo tratados como favor, e o receio do melindre gerar cuidados para não ofender a quem teria o dever de ratificar o direito. É o que tem acontecido, por exemplo, com os tais programas de milhagens das companhias aéreas. Nunca se consegue adquirir novas passagens com elas, mesmo com grande antecedência, pois as companhias fazem o que querem e nada, nem ninguém busca a defesa do consumidor, principalmente ele próprio. Os desrespeitos vêm de todos os lados e as buscas judiciais por reparações são sempre irrisórias, pois essas empresas nem se sentem arranhadas pelas multas que recebem. É lamentável que a Justiça brasileira seja avessa à figura dos danos punitivos, comum nos Estados Unidos, que serve justamente pra desincentivar a repetição de conduta lesiva, reprovável por meio de condenações milionárias.
José Medrado
Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz
3 comentários:
Estava lendo um artigo sobre o “Código de Proteção e Defesa do Consumidor” e mencionava sobre os "call centers", aconteceu no ano de 2008. Uma companhia aérea... ”norte - americana” se achou no direito de não respeitar as leis de “serviço ao consumidor” (SAC), alegando ter um número pequeno de clientes aqui no Brasil... A juíza... Gentilmente... Concedeu. Será que os americanos demonstrariam a mesma compreensão, caso a empresa aérea fosse brasileira? Devidamente instalada no seu território? “Fala sério”...
Ainda assim, em passos tímidos, eu acho que o povo tem procurado os seus direitos de consumidores, demonstrando descontentamento. A falta de informação e conhecimento das leis, direitos e deveres dos cidadãos pesam significativamente, isso é fato.
A acessibilidade é maior nos dias de hoje, as chamadas “camadas populares” poderem viajar de avião, ainda assim, não é privilégio da maioria. "Então, são poucos votos perdidos!" Não é mesmo!? Concorda?
Apesar de que, aqui na grande São Paulo é privilégio único e exclusivo dos que vivem aqui, e em sua maioria dependem do transporte coletivo, poder trabalhar e passear de ônibus bem lotados, (as sardinhas enlatadas são felizes e não sabem) não vai pendurado na escadinha da porta, pois o motorista só da partida depois que você empurrar seu próximo com vontade, para então finalmente, fechar a porta.
Aí eu pergunto, reclamar pra quem?
Oi Medrado irei te ver na cidade de Berna (Suiça) durante sua visita, estou super feliz, sou soteropolitano e adoro suas palestras, você quebra paradigmas, e nos faz crer que nós que temos preconceitos e fazemos diferenciações com relação ao mundo espiritual. O Kumbaya é uma energia ímpar nascida da união de todos os seres de Luz!
Paz para você e até breveeeeeeeeeee!
Adailton
A solução passa pela Educação, e é na figura do professor(que deve ser um lider, um motivador, sem falar em meritocracia que é uma bobagem, educação não pode ser mercado, educar é descobrir e lapidar diamantes escondidos no íntimo de cada educando. Carlos Gustavo
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