Angústias no Candomblé
(Coluna Opinião - Jornal A Tarde - 15.04.2015)
(Coluna Opinião - Jornal A Tarde - 15.04.2015)
Vi aqui em A TARDE, no último domingo, a notícias de que o governo do Estado criou um fórum para discutir a violência com o Estado e, no primeiro parágrafo, há a informação de que é “uma iniciativa para aproximar representantes de movimentos sociais do governo estadual, com foco na prevenção à violência”. Do rol dos presentes, senti a falta de entidades ligadas a ações contra a intolerância religiosa. Certamente, a iniciativa trata de ações pontuais para evitar notícias em torno de possíveis violências policiais e ou afins.
Tenho, por outro lado, recebido manifestações de muita angústia por parte de segmentos religiosos de matriz africana, por força de vídeos de jovens fardados batendo continência e "prontos para batalha", com o nome de gladiadores do altar. Guardam a aparência de milícia paramilitar, bem ao modo fascista. Vejo, preocupado, certa indiferença dos poderes públicos sobre assuntos associados à intolerância religiosa, talvez porque, ao lado de tudo que vemos pela imprensa e redes sociais, se escora em um poder político crescente, que tem, inclusive, ditado o que o Estado pode ou não fazer em termos de educação e cidadania.
O que nos garante que não estamos vendo um fundamentalismo religioso crescendo, sob o olhar omisso de parte da sociedade? Será que não há histórico para tais receios? É esperar algo acontecer para se fazer alguma coisa? Preocupa-me, de outra parte, a cooptação e ou partidarização de ações que devem nascer neutras, porquanto de proteção à laicidade do país, ao direito de se professar a fé que se queira, sem medos, receios de qualquer natureza. Sei que há um fórum para o combate da intolerância religiosa, mas o
entendo como espaço teórico, que resulta, de um modo geral, em ações práticas pouco eficazes. O povo de santo que desde sempre se vê perseguido mais uma vez se atemoriza, e com justa razão, porque geralmente a sua proteção é diante da imprensa, mas nunca de fato para as suas dificuldades.
Tenho, por outro lado, recebido manifestações de muita angústia por parte de segmentos religiosos de matriz africana, por força de vídeos de jovens fardados batendo continência e "prontos para batalha", com o nome de gladiadores do altar. Guardam a aparência de milícia paramilitar, bem ao modo fascista. Vejo, preocupado, certa indiferença dos poderes públicos sobre assuntos associados à intolerância religiosa, talvez porque, ao lado de tudo que vemos pela imprensa e redes sociais, se escora em um poder político crescente, que tem, inclusive, ditado o que o Estado pode ou não fazer em termos de educação e cidadania.
O que nos garante que não estamos vendo um fundamentalismo religioso crescendo, sob o olhar omisso de parte da sociedade? Será que não há histórico para tais receios? É esperar algo acontecer para se fazer alguma coisa? Preocupa-me, de outra parte, a cooptação e ou partidarização de ações que devem nascer neutras, porquanto de proteção à laicidade do país, ao direito de se professar a fé que se queira, sem medos, receios de qualquer natureza. Sei que há um fórum para o combate da intolerância religiosa, mas o
entendo como espaço teórico, que resulta, de um modo geral, em ações práticas pouco eficazes. O povo de santo que desde sempre se vê perseguido mais uma vez se atemoriza, e com justa razão, porque geralmente a sua proteção é diante da imprensa, mas nunca de fato para as suas dificuldades.
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