Preconceito e igualdade
(Coluna Opinião - Jornal A Tarde - 15.10.2014)
Anualmente sou convidado pelo Arthur Findlay College, de onde acabei de chegar – Inglaterra –, college for the advancement of psychic, como eles se intitulam (faculdade para o avanço psíquico), onde realizo palestras e trabalhos de pintura mediúnica. Não se trata de instituição espírita, pois o espiritismo na Europa é desenvolvido, de um modo geral, por denotados brasileiros que se esforçam pela propagação da ideia, mas, infelizmente, não há ressonância. Os nativos não se interessam por conhecê-lo, estudá-lo. Nessas minhas viagens, há sempre um interesse, mesmo que em perguntas particulares, sobre as crianças e o uso do crack no Brasil. Ao lado desse aspecto específico, também há curiosidade sobre a ação do Estado brasileiro diante dos imperativos educacionais da infância e da juventude, pelo menos por onde passo. A visão sobre o Brasil lá fora é ainda muito ruim. Concebem-nos como mal-educados e sem instrução, ao lado do uso de drogas, sexo fácil, violência e desmandos públicos.
Nesse momento de eleição presidencial, onde se estimulam, lamentavelmente, o separativismo entre Nordeste, Norte e o Sudeste e Sul, gerando uma nociva onda de preconceito, somos levados a concluir que realmente há uma discrepância na condução educacional de uns e outros. Não podemos nos ensimesmar, tomando como ofensa pessoal a diferença que existe, pois ela é real, ainda que devamos protestar contra essas discriminações. O fato, no entanto, gostemos ou não, é que para a ONU e o seu famoso IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), ao lado do da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – Firjan, que considera o avanço socioeconômico dos 5.565 municípios brasileiros em três áreas: emprego e renda, educação e saúde. O resultado é que as primeiras 45 cidades em qualidade dos aspectos abordados são todas do Sul e Sudeste, com exceção de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. Devemos, sim, buscar o esforço de igualdade, cobrando dos governantes o que é da sua obrigação.
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