Não dá, desistimos
(Coluna Opinião - Jornal A Tarde - 01.10.2014)
Não sei se é verdade ou mentira, produto do momento eleitoral, ou não, mas realmente a nós que realizamos, por ideal, trabalho social sério, onde a luta para a conquista de míseros reais é hercúlea, saber de escândalos envolvendo dinheiro público, como o do tal Instituto Brasil, é uma agressão na alma. As cifras sempre astronômicas. À guisa de informação: um abrigo (orfanato) que mantém cerca de 40 crianças recebe de recurso público não mais que R$ 120 mil por ano, isto: por ano, e vermos a suspeita de o nosso dinheiro público ser jogado na vala da corrupção é de deprimir. Claro, os políticos vêm a público pedir investigações severas. Você, leitor, lembra do escândalo da Pierre Bourdieu, envolvendo a Secretaria de Educação do Município, na gestão de João Henrique, pois é. Em que deu, eram muitos milhões?
Nós que conduzimos instituições sérias – no caso da Cidade da Luz todos os diretores somos voluntários, nada ganhamos pela atividade no bem – só amargamos obrigações, imposições verticalizadas de burocratas e técnicos "doutores". Recentemente, veio uma determinação do Ministério do Desenvolvimento Social impondo restrições aos abrigos. A fim de aumentar a per capita, teremos que abrigar no máximo 20 crianças, mesmo que o espaço comporte confortavelmente mais de 40; e mais: a obrigação de assumir, quando encaminhados, irmãos que podem ter de 0 a 17 anos, fugindo, como é o nosso caso, ao perfil que temos de recepção, que é de 2 a 9 anos.Agora, se assinássemos o protocolo de mudança, o que não fizemos, teríamos a obrigação de receber rapazes de até 17 anos, ou seja, quase homens para os dias atuais, mesmo tendo meninas, mocinhas com 13, 14 anos vivendo no abrigo.
Somos referências na ação séria, comprometida, aí estão o Juizado da Infância e Juventude e o Ministério Público para afirmarem ou não. Eles têm realizado um grande trabalho, mas o poder é político e geralmente cheio de teóricos que fogem à realidade da nossa experiência. Desistimos.
Nós que conduzimos instituições sérias – no caso da Cidade da Luz todos os diretores somos voluntários, nada ganhamos pela atividade no bem – só amargamos obrigações, imposições verticalizadas de burocratas e técnicos "doutores". Recentemente, veio uma determinação do Ministério do Desenvolvimento Social impondo restrições aos abrigos. A fim de aumentar a per capita, teremos que abrigar no máximo 20 crianças, mesmo que o espaço comporte confortavelmente mais de 40; e mais: a obrigação de assumir, quando encaminhados, irmãos que podem ter de 0 a 17 anos, fugindo, como é o nosso caso, ao perfil que temos de recepção, que é de 2 a 9 anos.Agora, se assinássemos o protocolo de mudança, o que não fizemos, teríamos a obrigação de receber rapazes de até 17 anos, ou seja, quase homens para os dias atuais, mesmo tendo meninas, mocinhas com 13, 14 anos vivendo no abrigo.
Somos referências na ação séria, comprometida, aí estão o Juizado da Infância e Juventude e o Ministério Público para afirmarem ou não. Eles têm realizado um grande trabalho, mas o poder é político e geralmente cheio de teóricos que fogem à realidade da nossa experiência. Desistimos.
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