Sucesso e Inveja
(Coluna Opinião - Jornal A Tarde - 03/09/2014)
Um amigo me ligou reportando que se o Supremo Tribunal Federal propôs na última quinta, 28, um projeto de lei para aumentar os salários dos ministros da Corte, nós, servidores do judiciário, iríamos "nos dar bem". Esse projeto em nada beneficia o servidor do judiciário federal, que fique claro.
O Poder Executivo apresentou ao Congresso Nacional o texto do Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) para 2015 sem previsão de recursos para o reajuste dos servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União (MPU). Só na sexta que o STF protocolou, na Câmara dos Deputados, um novo projeto de lei que contém a reposição salarial dos servidores do judiciário. Naturalmente não haverá o mesmo interesse de se viabilizar, como será o dos ministros. É uma luta desigual. Mas o que percebi foi talvez uma velada inveja. Será verdade ou folclore que o brasileiro se incomoda com o sucesso do outro? "Fazer sucesso no Brasil é ofensa pessoal", afirmou Tom Jobim.
Procuro estudar o comportamento humano e sempre me pergunto sobre essa questão. Já fui alvo de situações que me levaram a acreditar na possibilidade. O antropólogo Roberto DaMatta, em seu livro Crônicas da vida e da morte, trata de vários assuntos, entre eles a inveja. E afirma, ipsis litteris: “A inveja é um sentimento básico no Brasil. Está para nascer um brasileiro sem inveja. A coisa é tão forte que falamos em ‘ter’, em vez de ‘sentir’ inveja.Outros seres humanos e povos sentem inveja (um sentimento entre tantos outros), mas nós somos por ela possuídos. Tomados pela conjunção perversa e humana do ódio e do desgosto, promovida justamente pelo sucesso alheio".
É possível que você, caro leitor, esteja agora se excluindo dessa taxativa afirmação, mas seguramente vai lembrar de algum ato de inveja que sofreu. Mas será mesmo uma verdade: colecionamos, a depender do grau de exposição e ou sucesso, incômodos, desconfortos e ciúmes de toda natureza por tudo que conquistamos e trabalhamos?
O Poder Executivo apresentou ao Congresso Nacional o texto do Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) para 2015 sem previsão de recursos para o reajuste dos servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União (MPU). Só na sexta que o STF protocolou, na Câmara dos Deputados, um novo projeto de lei que contém a reposição salarial dos servidores do judiciário. Naturalmente não haverá o mesmo interesse de se viabilizar, como será o dos ministros. É uma luta desigual. Mas o que percebi foi talvez uma velada inveja. Será verdade ou folclore que o brasileiro se incomoda com o sucesso do outro? "Fazer sucesso no Brasil é ofensa pessoal", afirmou Tom Jobim.
Procuro estudar o comportamento humano e sempre me pergunto sobre essa questão. Já fui alvo de situações que me levaram a acreditar na possibilidade. O antropólogo Roberto DaMatta, em seu livro Crônicas da vida e da morte, trata de vários assuntos, entre eles a inveja. E afirma, ipsis litteris: “A inveja é um sentimento básico no Brasil. Está para nascer um brasileiro sem inveja. A coisa é tão forte que falamos em ‘ter’, em vez de ‘sentir’ inveja.Outros seres humanos e povos sentem inveja (um sentimento entre tantos outros), mas nós somos por ela possuídos. Tomados pela conjunção perversa e humana do ódio e do desgosto, promovida justamente pelo sucesso alheio".
É possível que você, caro leitor, esteja agora se excluindo dessa taxativa afirmação, mas seguramente vai lembrar de algum ato de inveja que sofreu. Mas será mesmo uma verdade: colecionamos, a depender do grau de exposição e ou sucesso, incômodos, desconfortos e ciúmes de toda natureza por tudo que conquistamos e trabalhamos?
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