quarta-feira, 6 de junho de 2012

Escultura mediúnica - Jornal A Tarde (Coluna Religião)

Causou grande interesse público o anuncio que fiz, com mostra, de uma nova faceta da mediunidade, que tenho procurado vivenciar com honestidade e sinceridade: a escultura. Em verdade, Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho) chamou de modelagem-escultura policromada com efeito de antiguidade. O trabalho final ficou, de fato, parecendo uma imagem (Cristo doloroso) em madeira desgastada pelo tempo. A minha relação com Aleijadinho remonta ao início do meu trabalho de pintura, em 1988, quando ele integrava o grupo de Renoir, fazendo trabalhos em carvão, retratando sempre figuras sacras. Após mais ou menos um ano de convivência, ele se afastou. Voltou, há cerca de um mês, para me propor esse novo trabalho inédito no mundo. É possível que alguém faça modelagem-escultura, mas não em policromia, como ele veio a propor e fizemos.
Naturalmente, exultei em verdadeira alegria e orgulho, não escamoteando o normal de quem é humano e guarda sentimentos reais, sem procurar camuflá-los ou dissimulá-los que não os possui. A verdadeira proposição é manter o que sentimos, temos sob o nosso controle e comando, não o contrário.
Nestes dias que correm, onde a mediunidade tem sido, por muitos, instrumento de autobeneficiamento, torna-se difícil aspectos inéditos de sua manifestação, por força da falta de compromisso que muitos guardam no exercício do seu processo, quando existe. Vejo com pessimismo o surgimento de novos médiuns de expressão, pois os jovens não estão assumindo, por força do falacioso que encobre a muitos no seu trabalho, em divulgação equivocada do que, de fato, seja um fenômeno mediúnico.
Apresentei o trabalho que fizemos, eu e Aleijadinho, no facebook e na Cidade da Luz, com grande repercussão, apreciação. Claro que não guardo a tolice de querer fazer o convencimento de pessoa alguma, seria uma tonteria, mas já fico feliz em poder trazer expressões de real beleza a apreciação de todos.
A mediunidade traz em seu bojo a proposta de reflexão acerca da vida e da morte, se equivoca quem a vê como instrumento de despertamento da fé. A verdadeira fé nasce da compreensão, do entendimento da vida, do viver e do morrer, jamais da fenomenologia que pode ser mistificada, manipulada.
Mais esta expressão será, claro, colocada para o engrandecimento da espiritualidade e para o auxílio ao próximo, dentro da proposta trazida por Renoir, a mim, de transformar tintas em pães. Razão da minha convicção formada e reafirmada de que médium algum deva viver sem o seu trabalho profissional ou da sua aposentadoria, que deverá ser a fonte do seu comprovado sustento. Esse exemplo nos deu Chico Xavier, referência de mediunidade e do seu exercício para qualquer um.
Assim, agradeço sinceramente à espiritualidade por mais essa prova de confiança e reavivo o meu compromisso de vivenciar uma mediunidade de forma simples, sem aparatos falsos de santificação ou firulas.
JOSÉ MEDRADO / MÉDIUM, FUNDADOR E PRESIDENTE DA CIDADE DA LUZ

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