A conveniência religiosa continua segregando informações, de um modo geral, aos seus seguidores, apostando na ignorância dos que não buscam conferir as informações recebidas.
Vemos segmentos religiosos bradarem: a palavra de Deus; cumprimos a palavra de Deus; seguimos a Bíblia. Mas a verdade o que se vê são pessoas tomando como palavra de Deus apenas o que lhes é oferecido. Vemos capítulos e versículos decorados, mas apenas naquilo que o pregador ofereceu e quis.
Não existe um estudo crítico, racional, situando o momento histórico em que os livros foram escritos, principalmente do Antigo Testamento. Busca-se pinçar o que serve aos caprichos das suas convenientes pregações. Vejamos, por exemplo:
Nós os espíritas estamos sempre ouvindo esta gente vociferar que em Deuteronômio, 18-11, afirma que não se consulte os mortos. É verdade, lá diz isso. Porém, deveriam se perguntar o porquê. Foi necessário, naquele tempo, Moisés fazer isso para conter a mistificação, o abuso. O povo precisava de rédeas firmes para manter o monoteísmo, para evitar especulações quanto à chegada à terra prometida...
Interessante, no entanto, que a leitura não segue adiante, pois, se seguisse, se viria no mesmo Deuteronômio, 21, 18-21, ipisis litteris: “Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à de sua mãe, e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos, pegarão nele seu pai e sua mãe e o levarão aos anciãos da cidade, à sua porta e lhes dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz; é dissoluto e beberrão. Então todos os homens da sua cidade apedrejarão, até que morra; assim eliminarás o mal do meio de ti: todo o Israel ouvirá e temerá”.
Graças a Deus, eu não vejo nenhum pregador religioso batendo na tecla dessa necessidade. E olhe que muitas Igrejas têm um tal conselho dos anciãos. Claro que não poderiam pregar isto, pois foi um momento, uma cultura.
Ainda voltando ao contato com os mortos, Jesus deve ser repreendido por estes pregadores, pois em Mateus, 9-4, diz: ”E apareceu-lhes (aos apóstolos) Elias com Moisés e falaram com Jesus.”. Ora, poderia se alegar que eles ressuscitaram, mas quem ressuscita volta, não aparece. Espíritos aparecem. Além do mais só houve este registro desta aparição, logo não há que se cogitar de ressurreição, pois, se assim fosse, os profetas permaneceriam com Jesus, o que não ocorreu. E aí: Jesus conversou com os mortos?!
Não quero desqualificar a Bíblia, mas mostrar que não se pode tomar ao pé da letra um livro escrito há centenas de anos, onde muitas coisas foram implantadas, outras mudadas. Claro! Perde-se muito com as cópias feitas manualmente, com traduções...
Agora, cuidado, está em Levítico 20-10: “Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera.” Será que cabe aqui o adulterar por pensamento ou pela internet?
José Medrado / médium, fundador e presidente da Cidade da Luz
Vemos segmentos religiosos bradarem: a palavra de Deus; cumprimos a palavra de Deus; seguimos a Bíblia. Mas a verdade o que se vê são pessoas tomando como palavra de Deus apenas o que lhes é oferecido. Vemos capítulos e versículos decorados, mas apenas naquilo que o pregador ofereceu e quis.
Não existe um estudo crítico, racional, situando o momento histórico em que os livros foram escritos, principalmente do Antigo Testamento. Busca-se pinçar o que serve aos caprichos das suas convenientes pregações. Vejamos, por exemplo:
Nós os espíritas estamos sempre ouvindo esta gente vociferar que em Deuteronômio, 18-11, afirma que não se consulte os mortos. É verdade, lá diz isso. Porém, deveriam se perguntar o porquê. Foi necessário, naquele tempo, Moisés fazer isso para conter a mistificação, o abuso. O povo precisava de rédeas firmes para manter o monoteísmo, para evitar especulações quanto à chegada à terra prometida...
Interessante, no entanto, que a leitura não segue adiante, pois, se seguisse, se viria no mesmo Deuteronômio, 21, 18-21, ipisis litteris: “Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à de sua mãe, e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos, pegarão nele seu pai e sua mãe e o levarão aos anciãos da cidade, à sua porta e lhes dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz; é dissoluto e beberrão. Então todos os homens da sua cidade apedrejarão, até que morra; assim eliminarás o mal do meio de ti: todo o Israel ouvirá e temerá”.
Graças a Deus, eu não vejo nenhum pregador religioso batendo na tecla dessa necessidade. E olhe que muitas Igrejas têm um tal conselho dos anciãos. Claro que não poderiam pregar isto, pois foi um momento, uma cultura.
Ainda voltando ao contato com os mortos, Jesus deve ser repreendido por estes pregadores, pois em Mateus, 9-4, diz: ”E apareceu-lhes (aos apóstolos) Elias com Moisés e falaram com Jesus.”. Ora, poderia se alegar que eles ressuscitaram, mas quem ressuscita volta, não aparece. Espíritos aparecem. Além do mais só houve este registro desta aparição, logo não há que se cogitar de ressurreição, pois, se assim fosse, os profetas permaneceriam com Jesus, o que não ocorreu. E aí: Jesus conversou com os mortos?!
Não quero desqualificar a Bíblia, mas mostrar que não se pode tomar ao pé da letra um livro escrito há centenas de anos, onde muitas coisas foram implantadas, outras mudadas. Claro! Perde-se muito com as cópias feitas manualmente, com traduções...
Agora, cuidado, está em Levítico 20-10: “Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera.” Será que cabe aqui o adulterar por pensamento ou pela internet?
José Medrado / médium, fundador e presidente da Cidade da Luz