quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Mediunidade e verdades - Jornal A Tarde (Coluna Religião)

Sempre quando escrevo por aqui alguma coisa sobre mediunidade, recebo muitos e-mails com dúvidas, suspeitas e, então, chovem questionamentos naturais, onde, em geral, o questionador fica meio constrangido porque traz alguma experiência com algum trabalhado nesse campo. Sempre respondo estimulando o questionamento honesto, verdadeiro, sem agressividade, mas perguntar, sim, para entender. Não é porque se trata de assuntos do “outro mundo” que as pessoas vão se sentir totalmente à parte do seu entendimento, de forma alguma. Há de se passar pelo crivo da razão, do bom senso. Fugiu a esses princípios, alguma coisa ali pode não estar certa.

Os médiuns são pessoas que trazem as sua marcas, as suas histórias e também as suas carências. Muitos dos casos que me são relatados nascem exatamente de uma necessidade de mostrarem que são mais íntimos dos espíritos do que de fato são. Isso quando têm realmente o contado, pois também há os que interpretam um papel, guardando nos seus desvios psicológicos um falso exercício mediúnico, gerando, não raras vezes, fantasias e ilusões que, realmente, ficam difíceis do reflexivo, do questionador, do sensato assumir como verdade.

Por exemplo, o espetaculoso já é indício de possível fraude, pois o mundo espiritual não é um conectivo que o médium sintoniza e a partir daí tem todas as informações. Não mesmo. Acho sempre engraçado, por exemplo, em algumas psicografias em que os médiuns se dizem completamente inconscientes e o português é contemporâneo, não guardando nada do arcaísmo de quem escreve ou mesmo o idioma estrangeiro, se a firma for de alguém que não foi destas plagas. Você, caro leitor, vê por aí mensagens longas em japonês, grego, norueguês...? Nem eu! Nem mesmo em idiomas mais comuns a nós, como inglês, francês...

As pessoas já não estão mais acreditando no que ouvem, e isso tem sido bom, mas infelizmente, devido a algumas distorções passadas por “médiuns” em, digamos, carências afetivas, as pessoas desacreditam do fenômeno em seu todo, por conta daqueles que sabem o que são, como fazem e interpretam um personagem. Se fossem honestos desde sempre, se teria hoje o conhecimento preciso de que mediunidade não é uma equação matemática, exata, precisa, pois existem as variáveis.

Uma senhora me relatou, por exemplo, que um médium falou para ela da presença do seu avô paterno – ela tem cerca de sessenta anos – nada mais natural que o avô já esteja desencarnado. Mas o nome? Particularidade? Nada! Precisa-se nesta hora questionar, sim, para se ter a cristalinidade do processo. Lógica: se o médium teve conhecimento de que era o avô paterno, poderia muito bem saber nome ou algo mais, para vaticinar o contato. Outro caso foi de um cidadão que me mandou uma citação em francês, atribuída a um espírito, com erros; ele questionou o médium e teve como resposta que foi na hora de passar a limpo, mas o leitor disse que a tradução era do Google, que ele testou. Pois é... vai saber.

JOSÉ MEDRADO - MÉDIUM, FUNDADOR E PRESIDENTE DA CIDADE DA LUZ

2 comentários:

Anônimo disse...

Boa Noite, José Medrado.
Estou acompanhando o seu trabalho sobre a mediunidade e, gostando muito das explicações acerca desse assunto.
Ultimamente estou ficando meio descrente sobre a espiritualidade.
Estava participando de um grupo de pintura mediúnica e, reparei que um médium usava os mesmos traços, para todos os pintores; como Monet, Renoir, Toulose, Van Gogh, Tarsila e outros. Alguns fizeram parte do mesmo período, mas, com traços distintos; assim, como pode um Van Gogh ou Matisse, ter o mesmo estilo na forma do nariz, boca, olhos e etc?
Questionei sobre isso e, o médium não gostou, tentando afirmar que outra médium que nunca erra, havia visto os pintores ao lado dele.
Bem, por essa e outras, fui perdendo um pouco minha confiança na espiritualidade.
Mas vejo que ainda existem pessoas sérias como você.
Att
Alexandra

Anônimo disse...

Boa Noite, José Medrada.
Estou acompanhado seu trabalho e, gostando muito de suas explicações sobre a mediunidade.
Eu estava participando de um grupo de pintura mediúnica, no qual, um dos participantes, recebe alguns pintores; porém, algo parecia estranho, pois, todos os pintores usavam os mesmos traços, ou seja, boca, nariz, olhos e formato do rosto. Como pode? Alguns sei que fizeram parte do mesmo movimento, mas, todos tinham suas particularidades, porque são estilos distintos.
Questionei sobre isso, e o médium não gostou.
Também ele chegou a comentar, que antes de pintar, ele só rabiscava e, por essa razão treinou por 2 anos. Mas não é o pintor que guia a mão do médium?Pq tem que treinar?
Sou muito questionadora, mas não vejo isso como defeito.
Realmente estou adorando seus artigos, e a forma como você desmistifica algumas ilusões.
Att
Alexandra