quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Fracasso espírita Jornal A Tarde (Coluna Religião)

Há pouco tempo, a mídia anunciou os resultados do Censo 2010 sobre as religiões seguidas pelos brasileiros, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a pesquisa, os adeptos do espiritismo possuem as maiores proporções de pessoas com nível superior completo (31,5%) e taxa de alfabetização (98,6%), além das menores percentagens de indivíduos sem instrução (1,8%) e com ensino fundamental incompleto (15,0%). O espiritismo apresentou crescimento desde o Censo realizado em 2000: passaram de 1,3% da população (2,3 milhões) em 2000 para 2% em 2010 (3,8 milhões). Foi o suficiente para que muitos companheiros achassem o máximo. Bobagem. O crescimento foi pífio, levando em consideração que a maior emissora aberta de TV, a Globo, tem massificado temas que, a priori, levariam a um aumento de curiosos em busca do espiritismo. Não vemos, no entanto, nada disso acontecer. Por que?

Não precisa ser “expert” em estatísticas, ou em comunicação e sociologia para registrar que existe uma grande incompetência dos órgãos que se dizem “oficiais” do espiritismo para uma divulgação mais interessante ao grande público. Os eventos que são chamados de divulgação espírita são, em verdade, grandes cultos a personalidades e instituições, fugindo do foco de interesse que deveria ser o público leigo, em si. Fazem-se eventos umbilicais, dirigidos única e exclusivamente ao público já espírita, com formatos retrógrados, que não geram interesse algum ao público conectado na globalização, na web. Os já adeptos vão, pois terão uma oportunidade de convívio com os seus pares, mas, assim mesmo, têm se esvaziado tais encontros e/ou congressos. Alguns exultam com duas mil inscrições, quando deveriam ter eventos com cinco, seis, dez mil pessoas. Aí vem o consolo de fracassos: a nossa preocupação é com a qualidade, não quantidade; o público de espíritos era enorme. Bobagens. Se cremos que temos um grande material de consolo, por que não fazê-lo chegar a quem não o conhece, como instrumento de caridade e assistência?

O movimento espírita está ultrapassado, salvo honrosas exceções que têm atualizado em novas formatações os seus eventos, em forma de conduzir seus estudos e doutrinárias para melhor sensibilizar o público.

Alguns com jactância alardeiam o elevado nível intelectual de seus adeptos; para mim, no entanto, esse é o grande motivo desse crescimento pífio: os esclarecidos estão antenados com o tempo e suas mudanças.

JOSÉ MEDRADO - MÉDIUM, FUNDADOR E PRESIDENTE DA CIDADE DA LUZ

2 comentários:

Margareth disse...

Olá Medrado,

Concordo com sua colocaçao sobre a o movimento espírita. O que tem faltado é atitude entre todos os adeptos ao espiritismo. O mundo tem evoluído numa velocidade imensa, nós, seres humanos estamos numa sociedade em que a informaçao é dada em segundos e modificada também neste tempo. Assim como as religioes devem acompanhar o que tem acontecido, se nos é oferecido a tecnologia para nos comunicarmos porque nao a utilizarmos de modo sensato e coerente. Talvez por vaidade, alguns espíritas nao sejao a favor da mudança, mas ela deve ser colocada.
Abraços,

Margareth Santos (Juiz de Fora/MG)

Margareth disse...

Medrado,

Concordo com você quanto a modificação no movimento espírita. Temos que nos dar conta que estamos na era da sociedade da informação, uma vez que todas as pessoas são bombardeadas por informações a todo instante pelos meios midiáticos. E a religião deve se adaptar a estas sofisticações. Não vejo razões por pensarmos em termos qualidade nos centros espíritas ao invés de quantidade. Se é com o Evangelho e a própria doutrina que devemos alcançar os nossos irmãos e mostrarmos a eles o propósito de estarmos aqui encarnados. Portanto, devemos sim, trazer o maior número de pessoas para o espiritismo, evidenciarmos que Jesus está vivo e que Ele é amor, e espera de nós o melhor que possamos oferecer a Ele.
Parabéns pelo seu trabalho!
Abraco fraterno.
Margareth Santos (Juiz de Fora/MG)