"NORMOSE" (a doença de ser normal)
Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema. Quem não se "normaliza", quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre nossas vidas? Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados. A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar? Então, como aliviar os sintomas desta doença?Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e, sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais. Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada. Por isso divulgue o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.
Michel Schimidt
Psicoterapeuta
10 comentários:
Pô, desde ontem que você está querendo fazer a gente voltar pro analista!!! Deixe de ser miserável!!! Brincadeirinha, viu?
Eu não sou normal não, as vezes acho que sou louca, a-lu-ci-na-da! Mas me pego MUITAS VEZES com essa doença, querendo TUDO certinho. Será que estou preocupada com o que os outros pensam???? Sei lá.... Creio que tenho excesso de dosador, penso em tudo o que fiz ou falei durante o dia, poderia ter feito, como as pessoas reagiram, se magoei ou agradei, se fui feliz com esta ou aquela atitude, penso demais.... Coisa de doida mesmo! Mas tenho auto-estima sim, a ponto de alguns me acharem pedante, metida a besta, eu sei. Escrever ou falar sempre em primeira pessoa contribui para isso, mas é meu jeito. Na verdade sou muito simples, nem sempre sincera, uso máscaras de vez em quando.
Se cuide em sua viagem. Beijo.
Oi, José Medrado.
Sou ouvinte da RBN e não perco o seu programa aos domingos na TVMM.
Gostei muito do tema.
Tenha um ótimo dia e produtivo final de semana.
Carinhosamente,
Dô.
oi medrado olha quem tinha esse sintoma era meu marido olha ele se sentia na obrigacao de ir a tal festa ou a tal reuniao por que ele se preocupava com o que os outros iam falar,principalmente os amigos dele poderiam pensar que provalmente estaria dominando-o para que nao comparecesse a tal festa.a mae dele achava errada essa conduta dele visto que ele deveria sim comparecer em todos os compromisso MUITOS nao assumidos por ele e sim por sua mae,porem medrado deixe lhe dizer que pouco a pouco fui mostrando a ele que nao precisava ser assim e que ele poderia dizer nao quando bem entendesse e assim ele foi modificando a postura com relacao as aparencias foi dificil mas conseguimos.bjo na alma medrado
Ô Medrado, eu ja passei dessa fase de querer me encaixar dentro dos padroes "normais". Foi terrivel parece que vc vive um personagem, ficando a mercê da vontade e da opinião dos outros, das vitrines, da midia. Enfim chegou uma hora que dei um basta e posso dizer que hoje estou e paz comigo mesma. As vezes me sinto um E.T. quando vejo algumas amigas obcecadas pelas tendencias do momento. Mas ainda assim vou seguindo com meu estilo, sou feliz assim " fora do normal"!
pôxa, adorei!!
infelizmente, ainda sofremos c/ o q o outro pensa ou deixa de pensar...
quem tem família castradora então... nossa!!!
NORMOSE - A patologia da normalidade, livro de Pierre Weil, Roberto Crema, Jean Yves-Leloup.
Para quem se interessar em ler mais sobre o tema.
Bom vc trazer esse tema, Medrado. Somos tão frequentemente oprimidos por essa ditadura oculta. Outro dia me perguntava: O que há de nós em nós? Pois são tantos ditames filosóficos, teóricos, culturais, familiares, psicológicos a ditarem o quê, quem e como devemos ser, que achar a expressão do eu verdadeiro torna-se uma aventura em labirinto complexo.
Vamos lá para o nosso labor alquímico de cada dia!...
POSTAGEM CORRETA (MEDRADO POR FAVOR APROVE ESTE COMENTÁRIO, GRATO!)
Pois é, infelizmente estamos vivendo a crescente onda do "nao se ser", parece mais fácil, até por que já somos cada indivíduo como ser social, um ator social, ou seja, cada um interpreta seu papel no mundo, ainda que muitas vezes sem perceber.
O fato é que parece difícil se desfazer de tantos conceitos "do correto", do modelo, do que foi ensinado e de como deve ser, dos cronogramas de vida, etc. Isto se dá, acredito que pelo fato de ser muitas vezes doído o exercício de expulgar, de descamar, de tirar a maquiagem, de jogar fora os conceitos absorvidos, porém inúteis, incrédulos, que nao sirve ao indivíduo, que no fundo sao conceitos e modelos de outros, de família, de escola, de religiao, de mídia. Mas que acabam comprando modelos de ser/viver por frágilidade do ser, por inseguranca, por falta de identidade própria, por nao auto-conhecer-se e descobrir suas qualidades, etc.
Feliz mesmo, de quem vai ao longo de sua existëncia, jogando fora tanta inutilidade para o seu ser, limpando por dentro, sendo o mais próximo de si mesmo possível, sendo mais verdadeiro consigo, mais autëntico, se reecontrando, sendo fiel a si.
Dói, mas vale muito a conquista do indivíduo ser ele mesmo.
Medrado, a vocë saúde e paz, que possa sempre realizar este trabalho que além de nos auxiliar na busca de nos melhorarmos, faz com que boas risadas brotem. Um aprendizado leve, isto também é muito bom.
Mesmo distante, assisto os programas gravados, excelënte iniciativa.
Abracos a vocë e a todos!
Não,como diria Caetano: De perto ninguém é normal( às vezes nem de longe kkkkkk) e um bom psicanalista deveria fazer parte da rotina semanal de todas as pessos para o autoconhecimento!
Se pudesse colocaria todo mundo de frente para um desses profissionais!
BJS!
Alessandra.
Ninguém é totalmente normal. Isso muda muito com o ambiente ou com as nossas experiências na vida.
Ninguém é totalmente normal. Isso muda muito com o ambiente ou com as nossas experiências na vida.
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