quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sobre o filme Irmã Dulce
(Coluna Opinião - Jornal A Tarde - 26.11.2014)

Irmã Dulce, um espírito de tamanha envergadura moral, crescido no amor e na caridade, merece todas homenagens que lhe fizerem, não para o seu  engrandecimento pessoal, ela nunca disso precisou, mas para nós, que vivemos dias desesperançosos diante da aridez dos corações humanos. Assim, exultei ao saber da concretização desse sonho, pois fui acompanhando essa materialização. Infelizmente, por outro lado, não vi nos que conduziram o projeto o tão marcante "Deus lhe pague", do nosso Anjo Bom da Bahia, a duas sonhadoras desse tento. Digo isso porque acompanhei toda a saga para a realização desse projeto: 

Tudo se iniciou quando minha amiga Ivanoy Couto, devota da Irmã, me relatou uma visão que teve com a santa, durante enfermidade de sua genitora, o que a despertou para escrever a respeito da freira. Pronto, as raízes de um ideal despontam. 

Ivanoy sonha, literalmente, assistindo ao filme. Seus textos chegam às mãos de Cláudio Pereira, sócio de Walter Salles, produtor de filmes. 

Em julho passado, Ivanoy, estimulada pela inspiração e tocada pelas forças superiores do universo, escreve a Roberto Carlos – este mesmo, o cantor. Uma prima, moradora do mesmo prédio, faz com que o rei receba a missiva. E o universo continua coma conspiração: dias depois Myrian Rios vai à casa de sua prima e toma conhecimento da carta e começa também a trabalhar pelo projeto.Myrian entra em contato com Ivanoy e ambas se reúnem com o produtor Bruno Wainer, diretor da Downtown Filmes. Ivanoy faz a ponte entre a presidente das Obras Sociais Irmã Dulce, Maria Rita, e Myrian Rios. Por fim, tudo fluiu, acertaram que a Iafa Britz produziria o filme. 

Chegou ao que intenciono: Ivanoy Couto e Myrian Rios foram tristemente ignoradas do processo, não que buscassem aplausos, mas senti que elas não receberam como deveriam o “Deus lhe pague”, pois foi da iniciativa desses corações que esse lindo filme chegou até nós. É isso, gratidão também é justiça que se faz, aprendi com uma amiga.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Manet


Disse-me Manet quando terminou está obra por mim: 'O Sol realça a beleza das flores , como o sorriso clareia a face da vida. '.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Realmente, não entendo. 


Hoje é o dia Nacional da Consciência Negra e não entendo porque os conservadores espíritas, principalmente dos órgãos oficiais, não fazem uma referência sequer, nada. Não há uma nota, artigo nos jornais, nota pública...nada. Realmente não entendo, já que o Espiritismo defende a igualdade entre todos. Lamentável. É muito fechado em si mesmo. O próprio encontro que farão no próximo final de semana traz o tema Vivendo o Evangelho em Comunidade Espírita. Poxa, por que não vivendo na sociedade? Por que apenas uma reflexão na comunidade espírita? Ainda existem centros que não aceitam comunicação de espíritos que foram escravos, índios...Puro preconceito. Não quer dizer que venham aceitar tudo que eles façam, mas dar oportunidade até para ouvir seus relatos, seus desabafos...Zumbi há dezenas de anos é o protetor , guardião da Cidade da Luz. Viva esses espíritos de luta, aguerridos e cheios de sabedoria.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Armadilhas do Facebook
(Coluna Opinião - Jornal A Tarde - 12.11.2014)

O axioma grego "homem, conhece a ti mesmo" sempre foi muito citado e proclamado. Ele se encontrava inscrito no templo de Apolo, em Delfos, e há séculos nos faz alarde acerca da necessidade de devassarmos o nosso íntimo, como forma de realmente conhecermos os nossos motes para ações, palavras, sentimentos. Lamentavelmente, no entanto, estamos a cada dia menos entusiasmados para essa incursão, uma vez que se torna, em diversos momentos, muito desconfortável revirarmos o nosso emaranhado do que somos, confrontando a realidade de nossos sentir e agir.

Nesse caminho, para melhor encontrarmos razões para muitas das agressividades que vemos nas redes sociais, um estudo realizado pela Universidade Humboldt em conjunto com a Universidade Técnica de Darmstadt, ambas na Alemanha, encontrou uma inveja desenfreada nos usuários do Facebook, a maior rede social do mundo.

Os pesquisadores descobriram que uma em cada cinco pessoas ouvidas na pesquisa aponta o Facebook como a origem de sua experiência de inveja. Um bilhão de pessoas, um sétimo da população mundial, participam dessa rede social. As pessoas, segundo a pesquisa, passam mais tempo verificando o que é postado por  amigos que parecem ser mais felizes e aproveitam melhor a vida. Assim, surge o sentimento de vazio, de solidão: a não felicidade, pois os amigos passam em imagens, fotos a ideia de serem mais de bem com a vida.

A tudo isso se funda uma realidade na onda do virtual que não guarda necessariamente – todos sabem, mas não consideram – ressonância coma verdade factual. A vida passa a ser ditada de forma mais intensa pela ilusão do que se diz, posta-se sem qualquer critério de análise, de observação e ou mesmo checagem. 

Aqui falo de tudo tomado como verdade, em um risco sem tamanho de sermos engolidos por mentiras, calúnias ou a própria inveja que, muitas vezes, tenta desconstruir pessoas, ações, simplesmente por não caber (ao invejoso) a percepção do brilho de sucesso do outro.